Que evolução. É que se sente em primeiro lugar, no final de tudo.
O novo espaço, no Pavilhão Carlos Lopes, é não só melhor que o LX Factory do ano passado, como arrisco dizer que é também melhor que os últimos do Codebits, a Sala Tejo – a todos os níveis. O edifício em si é regalo para os olhos, com a sua traça de revivalismo barroco e os painéis de azulejo com cenas da História de Portugal. A localização, no Parque Eduardo VII é óptima e lindíssima (embora a Sala Tejo tivesse uma vista impecável para a Ponte Vasco da Gama). As acessibilidades, com o metro ali ao lado, são excelentes, as várias salas separadas para as apresentações e workshops resolvem finalmente o problema do som e os vários corredores largos e átrios foram usados para espalhar os sponsors de forma acessível e sem perturbar a circulação.
A keynote de abertura trouxe várias surpresas, sendo que a maior delas todas – que já tinha sido apresentada de véspera, mas nem toda a gente segue o blog do Pixels Camp – foi o uso de uma cripto-moeda baseada na blockchain Ethereum chamada Exposure (ou EXP, for short), que substituiria a habitual dupla júri/público que atribui os prémios da hackathon. O projectos que cheguem ao fim com maior investimento – maior quantidade de EXP na conta – ganham. Para evitar distorções (a comunidade às vezes passa-se *ahem* Sensor Helmet), existiam 22 angel investors: pessoas ligadas aos sponsors ou à organização que começavam com uma quantidade muito maior de EXP, e, portanto, com o poder de influenciar grandemente o resultado.
A outra novidade, que eu tenho a sensação de já ter sido tentada antes mas com menor efeito, foi o pitch invertido dos sponsors. Os vários sponsors presentes tinham um tempo limitado para apresentarem que ferramentas e desafios tinham trazido, numa tentativa de levar a comunidade a fazer soluções para os mesmos. Com maior ou menor sucesso, houve vários sponsors com desafios e ferramentas interessantes. O que me saltou mais à vista foram as soluções de mobilidade e smart city da Siemens e a API da Mercedes.
Eu tinha ido mais ou menos convicto a não participar em nenhum projecto este ano. No ano passado quase tive um esgotamento, e não estava disposto a passar pelo mesmo. No entanto, o Carlos – meu parceiro pelo segundo ano no QuizShow e que é uma pessoa entusiástica, no mínimo – lá me convenceu a participar nalguma coisa. Acabámos por nos decidir pela API da Mercedes, e acabou por render um 5.º lugar.
Acabei por, mais uma vez, assistir apenas a meia dúzia de apresentações das imensas que queria ver; notavelmente, e tive imensa pena, o painel sobre diversidade, que foi à mesma hora da minha apresentação. Agora, é esperar pacientemente que apareçam no YouTube…
Depois, imensas coisas para fazer (e que também não fiz nem metade): tiro com arco, cortesia da Siemens, para ganhar jantares de sushi, bilhetes para o Web Summit e mini-gadgets variados; pesar a mochila, cortesia da Cisco, para ganhar access points Meraki; competição de segurança; Code in the Dark, cortesia da OLX, onde era preciso implementar uma série de designs apenas com HTML e CSS, sem acesso a mais nada a não ser ser um editor muito simples; Dragon's Breath, o habitual desafio da comida picante; Chasing Ghosts, competição de retro gaming; o sempre hilariante e concorrido Quiz Show; e ainda uma caça ao tesouro (quase literalmente: valia 50.000 EXP) envolvendo as camisolas oferecidas.
No global, foi dos melhores eventos que já fui. Ainda está longe da organização do antigo Codebits, mas está a dar grandes passos na direcção correcta e, ao mesmo tempo, a corrigir alguns vícios que aquele tinha.
Tenho mais coisas para escrever, mas vêm aí a seguir como notas isoladas.