Ver-me-ão falar muito sobre jogos de loto (euromilhões, totoloto, etc.) por aqui, pelo que é conveniente terem a noção da minha posição base sobre os mesmos.
Os três pontos fundamentais da minha posição são os seguintes:
Esta minha visão centra-se no conceito probabilístico das totolotarias; penso que não seja surpresa para nenhum apostador, regular ou não, que a house edge das totolotarias é brutal. No entanto, o estudo estatístico de qualquer acontecimento aleatório, e de totolotarias em particular, mostra-nos algumas características que podemos fazer jogar a nosso favor. Por exemplo, estatísticamente, qualquer acontecimento aleatório tende para o equilíbrio. É fácil fazer esta verificação com um dado, ou com uma moeda: se se lançar uma quantidade elevada de vezes, cada uma das faces terá saído, sensivelmente, em igual número.
É preciso nunca esquecer que as aberrações estatísticas, como o já citado caso da Bulgária, são probabilisticamente possíveis. A probabilidade de sair uma chave X depois de uma chave Y é sempre igual, mesmo quando X = Y. Estatísticamente, essa chave fica em supervit de saídas, mas probabilisticamente não aconteceu nada de extraordinário.
Jogar em totolotarias, duma forma consistente, é uma questão de equilíbrio entre o que se pretende gastar e os potenciais retornos. Como a única maneira de garantir absolutamente o primeiro prémio é jogar com todo o espaço combinatório, o capital necessário para semelhante aposta ultrapassa, normalmente, o retorno total. É neste momento que se abandona o estudo probabilístico e entra o estudo estatístico. Eliminar números das apostas – tanto directamente, como através de filtros de figuras de chave – é um imperativo. Quantos e quais, depende de cada pessoa e da sua sensibilidade em relação às diversas estatísticas possíveis.
Revejam o meu ponto 2: prever os X números sorteados é impossível. No entanto, encaixar esses X números sorteados num lote razoavelmente superior, é uma possibilidade. No ano passado, terminei um estudo no euromilhoes.com, com 52 semanas de duração, de previsão de números. Durante esse ano, em lotes entre 20 a 26 números (a média é de 22,4 números), prognostiquei várias vezes 5 e 4 acertos. Sensivelmente a meio do ano, ao tentar fazer uma melhoria no meu programa que calculava os prognósticos, introduzi um bug que alterou a pontaria de forma brutal (basicamente, virei o cálculo estatístico de trás para a frente, o que está errado, como é lógico). Só dei conta no balanço final, mas a primeira metade do ano compensa largamente as perdas da segunda. Tenham a noção que o programa era muito básico, assentando em apenas dois parâmetros, o atraso e a quantidade de saídas de cada número. Introduzir outros parâmetros, nomeadamente figuras de chave, poderia reduzir a quantidade de apostas necessária sem influenciar na mesma proporção o retorno.
Para já, é tudo, e deixo-vos com este conselho: joguem com moderação e nunca, nunca, joguem acima das vossas possibilidades!
Abraços!